Boas Festas e Páscoa Feliz

A Páscoa
É a festa mais importante dos Judeus e tem raízes muito antigas e complexas, provenientes das suas festas já dos tempos de Canaã e dos patriarcas, como a imolação dos cordeiros na Primavera, rito próprio dos pastores nómadas, e a festa dos pães ázimos, rito mais próprio dos povos agrícolas, sedentários. Ambos os ritos servem para oferecer a Deus as primícias dos rebanhos e das colheitas. Mas, desde cedo, Israel uniu a recordação da libertação e saída do Egipto e a aliança no Monte Sinai a estas festas cósmicas. A festa natural converteu-se em «memorial» da salvação operada por Deus em favor do seu povo. A Páscoa enriqueceu-se assim de conteúdo.

A palavra «Páscoa» vem do hebraico pesah, que parece significar «coxear, saltar, passar por cima», talvez aludindo a algum «salto» ritual e festivo. Mas bem rápido passou a referir-se ao facto de que Javé «passou ao largo» pelas portas dos israelitas, no último castigo infligido aos egípcios, e, mais tarde, à passagem do Mar Vermelho, no trânsito da escravidão para a liberdade.

Parece que, em meados do século II, a comunidade cristã, além do domingo semanal, celebrava cada ano a Festa da Páscoa, como centro de toda a sua memória de Cristo, mas com a diferença de que, enquanto na Ásia Menor e Oriente, a celebravam sempre em 14 de Nisan, em Roma e no Ocidente, tinha-se estabelecido o domingo seguinte a essa data, dando prioridade à tradição dominical, em vez da data celebrada pelos Judeus.

O Concílio de Niceia, em 325, estabeleceu para todos a norma romana: a Páscoa celebrar-se-á no domingo seguinte à Lua Cheia, depois do Equinócio da Primavera, data que pode cair entre 22 de Março e 25 de Abril. Mas, como sucedeu que, no século XVI, os orientais não aceitaram a reforma «gregoriana» do calendárico, continua ainda a haver uma diferença na data da Páscoa, entre as duas Igrejas.
Pio XII empreendeu, em 1951, a reforma da celebração da Páscoa, que tinha chegado a um grau muito pobre de expressividade e participação. Por exemplo, a Vigília celebrava-se às primeiras horas de sábado, e ele passou-a para a noite de sábado para domingo.

Agora, no calendário renovado, a Páscoa ocupa o lugar central de todo o ano: «Em cada semana, no dia a que foi dado o nome de “domingo” comemora a Ressurreição do Senhor, que é celebrada também em cada ano, juntamente com a sua bem-aventurada Paixão, na grande solenidade da Páscoa».

José Aldazábal, in Dicionário Elementar de Liturgia
© Paulinas

Em nome do Centro Social Paroquial e da Direcção a que presido, a todos os nossos utentes, suas famílias, os nossos amigos, colaboradores e funcionárias e demais órgãos directivos, os votos amigos de uma Páscoa Feliz.

P.e José Augusto Nunes